quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Julio Severo: Afinal, Um Presidente Muçulmano

4 de outubro de 2011

Afinal, Um Presidente Muçulmano

Afinal, Um Presidente Muçulmano

Eleições Americanas 2012: Latinos, negros e outros grupos podem estar deixando a base do Presidente Obama, mas os muçulmanos se mantêm firmes. Aparentemente eles têm um laço especial, surgido de uma convergência de interesses.
Lado esquerdo: Obama e os eleitores muçulmanos. Lado direito: Bush e os eleitores muçulmanos.
Na primeira vez que Barack Hussein Obama tomou posse em janeiro de 2009, tinha 92% de aceitação entre a população negra, 72% entre a latina e 58% entre a branca, de acordo com a Gallup.
Desde então, seu índice mensal de aceitação caiu oito pontos entre os negros, 27 entre os latinos e 25 entre os brancos.
Os negros estão frustrados com o insucesso de Obama em criar empregos durante uma recessão que atingiu mais fortemente os afro-americanos. A discórdia está tão grave que até a bancada negra do Congresso americano está alfinetando o primeiro presidente negro da história.
Enquanto isso, os latinos estão irritados com a falha de Obama em forçar no Congresso a anistia dos imigrantes ilegais.
Pesquisas mostram também que ele perdeu espaço entre os partidários independentes, e os jovens também desanimaram com ele.
Obama vem perdendo boa parte da sua base eleitoral de 2008, com uma exceção notável: os muçulmanos. Eles se mantêm incrivelmente leais ao presidente. Aliás, o entusiasmo deles até aumentou.
No mês passado, o Pew Research Center divulgou uma pesquisa entre muçulmanos americanos que foi quase completamente ignorada. Ela descobriu que os muçulmanos aprovam com larga vantagem a maneira com que Obama vem conduzindo o seu cargo. Mais de três quartos (76%) o aprovam, comparado a apenas 46% do restante da população.
O presidente Bush, por outro lado, juntava meros 15% de aprovação entre os muçulmanos. “Os muçulmanos claramente consideram Obama um aliado”, disse o Pew no relatório.
Obama tomou posse prometendo melhorar as relações com o mundo islâmico, e cumpriu sua promessa com louvor. O Pew descobriu que quase dois terços dos muçulmanos nos EUA dizem que Obama costuma tratá-los bem, e apenas 4% o veem com hostilidade.
E muitos o enxergam como um deles. Um em cada dez diz acreditar que o presidente é muçulmano, enquanto um terço afirma não saber ou não querer responder.
Suas inúmeras concessões a muçulmanos foi outra das razões para torná-lo tão popular na comunidade.
Obama indicou um número recorde de muçulmanos para o seu governo, incluindo pelo menos três agentes da fundamentalista Irmandade Islâmica para cargos na Casa Branca, de acordo com o reformista muçulmano Tarek Fatah. Obama também arquivou inquéritos contra integrantes da Irmandade Islâmica atuando nos EUA, enquanto que lá fora livrou o caminho para que ela implantasse suas teocracias.
Há tantos muçulmanos tomando o lado de Obama também porque ele lhes prometeu mais “serviços sociais” (incluindo “empregos, educação, saúde e direitos civis”) como parte da sua nova política antiterrorista.
Isso é música para seus ouvidos. De acordo com a nova pesquisa, os muçulmanos adoram um Estado grande tanto quanto Obama. A grande maioria afirma preferir um Estado maior, com mais serviços do que um Estado menor, com menos.
De fato, 68% deles afirmam preferir um governo ainda maior e mais atuante do que o dos planos de Obama.
O seu principal eleitorado, afinal, pode ser o de muçulmanos. Parecem estar rezando na mesma cartilha.
Tradução: Luis Gustavo Gentil
Fonte em português: www.juliosevero.com

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