sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Divisão dos Luteranos depois da votação sobre pastor gay.


Postado em 25 de novembro de 2009 | por Michael Foust
New Brighton, Minnesota (PA) - A maior denominação luterana da nação está rachando na sequência de uma controvertida decisão da sua alta conferência que permite que homossexuais solteiros sirvam como pastores.
Vai levar meses para se determinar verdadeiramente quão significativa foi a alteração da Igreja Evangélica Luterana na América (ELCA), mas um grupo conservador de luteranos que se autodenominam Luterana CORE já está chamando as igrejas mais ortodoxas para deixar a denominação. Líderes da Luterana CORE decidiram, em 18 de novembro, formar um novo grupo luterano e igrejas por todo o país estão agora tomando partido nesta disputa. É preciso o voto de dois terços para a igreja deixar o ELCA e juntar -se a Luterana CORE, que formou uma comissão que irá elaborar uma proposta de como o corpo da igreja funcionará. As recomendações do comitê serão lançadas em fevereiro e votadas em agosto.
A ELCA reivindica 4,8 milhões de membros e 10.500 igrejas.
"Muitos membros e congregações da ELCA têm dito que querem cortar os laços com a ELCA por causa do continuo afastamento da ELCA dos ensinamentos cristãos tradicionais", Disse Paull Springer, com assento na Luterana CORE. "A votação sobre a sexualidade abriu os olhos de muitos do quanto a ELCA tem se afastado dos ensinamentos bíblicos."
Reunidos em Minneapolis, em agosto, os delegados para a conferência bienal da ELCA decidiu (559-451) permitir abertamente que praticantes homossexuais servam como pastores. Tornou-se a maior denominação na América com essa política. A Igreja Episcopal, uma denominação menor, tem uma postura semelhante.
A conferência de Minneapolis foi seguida por uma reunião de 1.200 apoiadores da Luterana CORE, em setembro (25-26), em Fishers, Indiana, onde os delegados presentes à reunião decidiram autorizar o Comitê de direção da Luterana CORE "iniciar conversações entre as congregações" em direção a uma possível "reconfiguração" dos luteranos. O Comitê de direção decidiu, em 18 de novembro, iniciar o processo de formação de uma nova denominação. A palavra "CORE" é um acrônimo para "COalizão para a REnovação".
Nenhum dos lados está prevendo quantas igrejas vai sair ou ficar. Em Erskine, Minnesota, 80 por cento dos membros da Igreja Luterana Rodnes decidiram, em 18 de outubro, deixar o ELCA, relatou o site INFORUM.com. Mas em Waseca, Minnesota, 22 de novembro, 77 por cento dos membros da Igreja Luterana Graça decidiram permanecer, noticiou o Waseca Country News.
Richard Land, presidente da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da Convenção Batista do Sul, acredita que a questão da homossexualidade, eventualmente, irá dividir todas as principais denominações. "Você aprova gays e lésbicas sexualmente ativos para pastores e clérigos ou você não aprova", disse  à Baptist Press. "A opinião está dividindo tanto as principais denominações que se você aprova isso, então você vai ter que deixar de ser conservador e, se você não fizer isso, então você vai ter de deixar de ser liberal. Acredito que esse problema vai acabar reconfigurando toda a paisagem dos protestantes principais. Esta no processo de divisão dos episcopais. Esta dividindo agora os luteranos. Esta no processo de divisão dos presbiterianos, e, eventualmente, vai acabar dividindo os metodistas."
Land perguntou, retoricamente, referenciando o homônimo da ELCA, "Alguém tem dúvidas que Martin Lutero acreditava nisso? A questão é se você vai estar sob a autoridade das Escrituras ou não. E, claramente, existe grande parte dos principais protestantes que decidiram que vão estar em juízo da Escritura ".
- 30 –
Michael Foust é um editor assistente da Baptist Press. Com reportagem de Mark Kelly, um editor-assistente da Baptist Press.
Traduzido por Israel
 Publicado anteriormente em Baptist Press

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Da homossexualidade à heterossexualidade


DA HOMOSSEXUALIDADE À HETEROSSEXUALIDADE:
Da Homossexualidade à Heterossexualidade: Há possibilidade de resgate da Heterossexualidade.
“E criou Deus o homem a sua imagem; a imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.”(Gênesis 1:27)
Por Rozangela Alves Justino (psicóloga – CRP 05/4917)O presente relato constitui uma síntese de minha experiência profissional e compreensão da homossexualidade a partir do trabalho com o GA - Grupo de Amigos, observando, atuando e acompanhando o grupo no período de 1989 a 1994.Iniciei o contato com o GA quando convidada a participar de uma jornada promovida pelo líder do grupo. As pessoas acometidas pelos desejos e/ou práticas homossexuais estavam em conflito com a vida que levavam: queriam encontrar uma resposta para a homossexualidade e seguir a orientação heterossexual, mas não sabiam como. Até então, eu só havia ouvido falar de pessoas que desejavam assumir a sua homossexualidade.Procurei literaturas sobre o tema e passei a ouvir experiências semelhantes, bem como o relato de outras pessoas que já haviam mudado espontaneamente a sua orientação sexual de homo para hétero.Sem focalizar o sintoma que o grupo apresentava (homossexualidade), procurei perceber as pessoas individualmente e estabelecer vínculos com elas. Verifiquei que muitos dos seus conflitos eram idênticos ao de outras pessoas, independente da orientação sexual.Em pesquisas médicas, os cientistas ainda não conseguiram encontrar dados biológicos que determinem uma inclinação genética para a homossexualidade. Aliás, a conclusão que se chega é de que a natureza opera na reprodução e perpetuação da espécie.Creio que os fatores emocionais e sociais, bem como os espirituais, têm grande influência na homossexualidade. Irei me deter aos aspectos emocionais e sociais.Para o entendimento dos fatores emocionais tomei como base a linha psicodramática, que utiliza técnicas que facilitam o trabalho com grupos e levam a pessoa a agir diante do seu drama, encontrando respostas que apontam a uma saída adequada para sua situação.J. L. Moreno, criador do Psicodrama, mostra-nos que qualquer aprendizagem só pode acontecer na relação do recém-nascido com a mãe e os outros “tus” e objetos ao longo da vida. Partindo deste princípio, Moreno associa o desenvolvimento emocional com o desempenho de papéis.O papel é formado por marcas que ganham força e determinam o desempenho da pessoa numa situação específica a qual reage, estando também outras pessoas e objetos envolvidos. Desta forma, “o papel é levado a todas as dimensões da vida” (GONÇALVES, C. S., 1988, p.66).
Os papéis são complementares, ou seja, o meu papel de filho está em relação ao de pai ou de mãe com quem estou me relacionando. Podem ser o meu pai ou a minha mãe biológicos ou aqueles que paternalizam ou maternalizam na relação comigo. Só existe pai se houver filho, e só existe filho se houver pai.A Matriz de Identidade foi o termo utilizado por Moreno para explicar o desenvolvimento emocional da criança, pois são das suas relações primeiras que ela irá herdar os modelos para suas relações futuras. Neste primeiro espaço a criança estabelecerá vínculos ao interagir com as pessoas e o ambiente ao seu redor. É, aí, na Matriz de Identidade, que ela recebe atenção, adquire valores morais e culturais e se prepara para participar da vida em sociedade. Assim como todos os outros papéis, o papel sexual parece ter início na expectativa dos pais e entes queridos mais próximos, que já esperam o nascimento de um menino ou uma menina e projetam nele(a) todos os seus planos, antes mesmo de nascer.Espera-se que a criança desempenhe o papel que a família escolheu, o que está diretamente ligado ao sexo que irá ter: masculino ou feminino. Muitas famílias esperam por uma criança de determinado sexo e, quando isto não ocorre, se frustram. Pode também nascer o menino desejado pela família, no entanto a expectativa familiar é de que ele tome conta da mãe, protegendo-a ou suprindo-a da falta do pai, por omissão deste ou até mesmo pelo fato de ser agressivo. A lei da casa passa a ser: “Tome conta da sua mãe até que ela morra, você não tem o direito de ter outra mulher em sua vida, a sua mãe irá bastá-lo!”. O menino poderá ser também “a companheira” da mãe: “Tão bom seria se meu filho fosse uma menina, as mulheres são mais companheiras das mães!”.Tais impressões, verbalizadas ou não, sempre são incorporadas pelo menino através da maneira pela qual a família se relaciona com ele. É muito difícil para os filhos não atenderem ao apelo dos seus entes queridos. O seu “eu” vai se estruturando a partir das marcas que são passadas para o seu registro corporal, bem como as impressões de aceitação ou não da sua pessoa, do seu jeito de ser e do seu sexo biológico. É muito comum a família ver o filho adotando papéis homossexuais e “não perceber”. Há uma cumplicidade velada entre as partes. O papel é complementado. É claro que ambas as partes são responsáveis pela sua situação - se o filho não quiser ele não complementa este papel.Quando a estes registros se juntam os mitos que dominam a sexualidade e influenciam a conduta das pessoas e as experiências sexuais perversas (por exemplo, abusos sexuais na infância), acaba sendo favorecido o desenvolvimento do papel homossexual.Os mitos são interpretações folclóricas da realidade e estes se tornam mais fortes ou mais fracos segundo as confirmações da realidade. Inserem-se no espaço que o conhecimento deixa vazio. Um grupo que se propõe a trabalhar com os que desejam deixar a homossexualidade precisa ser educativo, pois as informações desfazem os mitos que influenciam a sexualidade. Os mitos existem quando encontram quem os complemente - se não há quem acredite no mito ou se ambas as pessoas não o compartilham, ele morre.Não são poucos os meninos que escutam que o “pinto” vai cair quando são pegos bulindo-o. Quando se tocam os outros dizem que podem se tornar maricas, falar fino. Escutam ainda que homem que é homem não chora, que quem brinca com boneca é menina.A verdade é que as crianças crescem com estas impressões que geram muitas dúvidas, inseguranças e conflitos que interferem na formação da sua identidade psicossexual, principalmente para aquelas que saem do padrão masculino ou feminino estabelecido pela cultura em que vivem.É claro que os pais precisam vestir os seus filhos de forma a ajudá-los na adequação aos papéis sociais já determinados pelo seu sexo biológico, o que precisa ocorrer de forma natural e tranqüila. Normalmente, quando o pai tem uma boa aceitação do seu sexo biológico, valorizando o filho no seu papel masculino ou feminino (sexo em que nasceu), a orientação sexual da criança seguirá o curso de seu sexo biológico, naturalmente.Na verdade, a própria vivência sexual dos pais e a falta da resolução adequada de seus conflitos pessoais poderá influenciar o filho. Muitos são os pais e pessoas ligadas afetivamente à criança que afirmam que “homem não presta, que não são confiáveis, que homens são todos iguais” - estas mesmas afirmações podem se referir também às mulheres. Um filho que sempre ouve isto dos seus familiares acaba acreditando e, sem conseguir discriminar o que “presta” ou não, a generalização poderá servir de crivo para todas as pessoas que encontra pela frente. Quando tais relatos são confirmados na realidade de algumas de suas experiências, tomam um vulto maior.Todas estas vivências influenciam a formação da identidade psicossexual da criança, criando-lhe confusão. Qual é o menino que vai querer ser homem se ouve que os homens não prestam, que só fazem mal para as mulheres? E se esta mulher for a sua mãe? Normalmente, ninguém vai querer ser visto como um “homem mau”, “alguém sem valor”.Reconhecemos ainda que os papéis sociais do masculino e do feminino sofreram grandes mudanças nos últimos anos. Há pouco tempo víamos uma definição mais clara de “ser homem e ser mulher”. É certo que os padrões estabelecidos para estes papéis eram muito rígidos e se um rapaz não se enquadrasse no modelo social masculino era severamente desclassificado com relação ao seu papel sexual. Hoje em dia, há uma maior flexibilidade, porém acompanhada de indefinição do que seriam o papel masculino e o feminino. Como cita Sérgio Perazzo (1986), os papéis de homem e de mulher refletem sempre a existência de uma dinâmica social, individual e política, exigindo uma permanente formulação e um novo posicionamento. Pergunto: Já que há possibilidade de reformulação dos papéis masculino e feminino, por que não poderá haver mudança de homo para hétero?L. Cuschinir, em seus estudos dos “grupos de gênero” declara que o homem está em crise de identidade, pois todos os modelos de relacionamento não estão mais servindo e isto influencia o desenvolvimento emocional e psicológico do homem e da mulher. Surge a pergunta: O que é ser homem? O que é ser mulher nos dias de hoje? A verdade é que “os homens de hoje ainda têm que provar a toda hora para si mesmos, para as mulheres e para outros homens que ele é muito homem” (CUSCHINIR, L. 1992, p. 17).O feminismo gerou um grande movimento no mundo das mulheres, mas os homens não conseguiram acompanhar as mudanças e se encontram perdidos no seu papel masculino. As mulheres também se encontram insatisfeitas e isto repercute diretamente no seu papel sexual.Pessoas que vivenciam a homossexualidade/heterossexualidade apresentam conflitos nos dias atuais. O que “está” homossexual tem preferência afetiva por pessoas do mesmo sexo, podendo ser seguida de prática sexual ou não. O heterossexual prefere o sexo oposto, porém não sabe mais estabelecer relação com este. Os encontros são desejados, mas os desencontros são freqüentes.Uma vez que os papéis sociais, masculino e feminino, estejam em crise, conseqüentemente o papel sexual também estará. Quando aquele que está em conflito com o seu papel sexual já passou por experiência de abuso sexual na infância, teve uma maior identificação com a mãe ou figuras femininas da casa (comprometido por uma estrutura de ego frágil), além da figura omissa ou agressiva do pai, há fortes tendências para a instalação da homossexualidade.A preferência afetiva por pessoas do mesmo sexo é uma forma de pegar para si traços, qualidades, ou seja, aquilo que ficou faltando para a formação da sua identidade psicossexual.É muito comum existirem, entre as pessoas que apresentam orientação homossexual, vítimas de alguma forma de abuso sexual na infância em que o autor do abuso tenha sido alguém ligado afetivamente à criança. Esta experiência distorce a personalidade de quem foi abusado, criando marcas difíceis de serem superadas. A criança não tem maturidade física e nem emocional para suportar as emoções de uma relação sexual ou qualquer estimulação desta natureza.Este conjunto de vivências com suas marcas e impressões influenciam tanto o desenvolvimento emocional do ser humano quanto o seu papel sexual. No caso do homem que “está” homossexual, tais marcas criam dúvidas com relação a sua masculinidade. O que fazer, então? Como ajudar estas pessoas?A psicoterapia individual e/ou em grupo é importante para aquele que deseja resgatar a sua heterossexualidade, incluindo os grupos de apoio e mútua-ajuda. A psicoterapia psicodramática em grupo deixa a sua contribuição neste processo. No decorrer do trabalho a pessoa vai podendo reconhecer o seu eu, diferenciando-se do tu, podendo favorecer a sua reestruturação e contato com os seus aspectos masculinos ou femininos, conforme o seu sexo biológico. A percepção de que a sua condição não é única, que outras pessoas também passam por situações semelhantes, faz com que saia do centro do universo, que veja o outro e amadureça.No trabalho com pessoas que vivenciam a homossexualidade é preciso usar técnicas que facilitem o reconhecimento do eu e do tu, permitindo a sua diferenciação. Muitos não conseguem se reconhecerem como homens nem como mulheres, segundo o seu papel biológico. A maioria chega ao grupo indiferenciada. Nem sempre o crescimento emocional acompanha o fisiológico, sendo a imaturidade emocional uma característica marcante entre os que “estão” homossexuais. Eles podem até desempenhar normalmente seus papéis profissionais, mas no que se refere ao papel sexual só conseguem se relacionar com o igual por terem se fixado em fases remotas da infância.Nos casos observados, percebe-se que um dos motivos que levam um rapaz a se relacionar com outro é a procura de si mesmo - numa tentativa de responder à pergunta: Quem sou eu? É como se quisesse imprimir em si toda a masculinidade do outro com as relações homossexuais, além da proteção, da segurança, do carinho e da atenção que necessita da figura masculina - só que as experiências homossexuais não suprem as suas faltas, muito pelo contrário, podem viciar e se tornarem uma compulsão.À medida que o reconhecimento do eu vai sendo alcançado, bem como o reconhecimento do tu, a diferenciação do eu e do tu vai ficando cada vez mais marcante. O processo de maturidade vai sendo efetivado e a possibilidade da interação homem/mulher (eu diferente do tu) se torna possível.As marcas ou rótulos do passado vão sendo superados à medida que as “máscaras” forem caindo, ou seja, forem ficando mais claros para a pessoa os motivos que fizeram com que o papel homossexual se cristalizasse. O rótulo “gay” ou “homossexual” mascara a realidade e impede a pessoa de ser vista internamente.As pessoas chegam ao GA confusas e envolvidas pelo “rótulo de homossexuais”, acreditando que realmente são o que o rótulo representa; não conseguem ter uma percepção clara da sua realidade interior.As técnicas psicodramáticas levam à transformação. As mudanças vão sendo percebidas quando as máscaras vão desaparecendo e a pessoa vai podendo ser ela mesma, criada à imagem e semelhança de Deus, homem e mulher. Um grupo terapêutico poderá ajudar a pessoa a retirar o rótulo “homossexual” e as máscaras também não terão razão de existir.Moreno coloca o papel como forma de funcionamento de uma pessoa com relação à outra. Sendo assim, os papéis podem mudar e o resgate da heterossexualidade fica possível. Não de forma mágica, mas num processo em que a pessoa vai reconhecendo em si, a cada dia, os seus aspectos heterossexuais.Naffah Neto (1979, p.199) afirma que “é o indivíduo espontâneo-criativo capaz de retornar aos Papéis Sociais cristalizados e fixos que circunscrever e recriá-los na vivência das próprias relações em que se vê lançado”.O resgate da heterossexualidade é possível no convívio com um grupo em que aquele que está vivenciando a homossexualidade é aceito e respeitado, podendo confiar suas intimidades sem o risco de chacotas, sem ser exposto e sem que as suas confidências sejam usadas para acusação ou agressão mais tarde. A pessoa precisa de um espaço confiável e respeitoso. É importante também o convívio com aqueles que já experimentaram a mudança de homo para hétero, isto é, deixaram a homossexualidade e desenvolveram a heterossexualidade, bem como com heterossexuais que possam abraçá-lo e aceitá-lo, numa descoberta de que é possível um homem ser afetivo com outro sem que exista atração sexual entre eles.Um grupo terapêutico com pessoas de ambos os sexos ajuda aquele que “está” homossexual a reconstruir as suas relações. A percepção adequada do eu, do tu, do ele e do nós o ajuda a reconstruir o seu papel sexual, facilitando o despertar da sua inclinação afetiva para o sexo oposto e, conseqüentemente, o desejo (atração, orientação) sexual, também.Da mesma forma que a aprendizagem dos papéis que levam à homossexualidade acontece através dos vínculos estabelecidos nas relações com os tus e objetos ao longo da vida do indivíduo, o papel heterossexual poderá ser desenvolvido na relação com os tus e objetos que ajudarão o indivíduo a desenvolver este novo papel. Podemos chamar novos tus e objetos de grupo terapêutico ou de grupo de ajuda mútua.Assim, tanto os apoiados do GA e demais instituições de apoio como muitos dos que comparecem aos nossos consultórios vêm com uma máscara de homossexual, procuram o terapeuta para que sejam ajudados a retirá-la e pedem para serem confirmados como heterossexuais. No fundo sabem que a sua inclinação (orientação) é heterossexual, mas por alguns motivos desempenham o papel homossexual.Sempre cabe a lembrança da afirmação de Sérgio Perazzo (1986, p.99):“É anular a existência pensar em papel desenvolvido no sentido de acabado. Os papéis ligados à sexualidade, como qualquer papel, sempre poderão se desenvolver.”Referências Bibliográficas:Bermúdez, J. G. - Introdução ao Psicodrama. São Paulo, Mestre Jou, 1980.Bustos, D. - Perigo ... Amor à Vista! São Paulo, Aleph, 1990.Carvalho, E. R. S. de - Homossexualismo: Abordagens Cristãs. Brasília, Eirene do Brasil, 1989.Castilho, L. N. - Homossexualidade. São Paulo, ABU, 1989.Cuschinir, L. - Masculino, Feminino. Rio de Janeiro, Rosa dos Tempos, 1992.Fonseca Filho, J. S. - Psicodrama da Loucura. São Paulo, Ágora, 1988.Gonçalves, C. S. - Lições de Psicodrama. São Paulo, Ágora, 1988.Martín, E. G. - J L Moreno: Psicologia do Encontro. São Paulo, Duas Cidades, 1984.Moreno, J. L. - Psicodrama, São Paulo, Cultrix, 1987.__________ - As Palavras do Pai, Campinas, São Paulo, PSY, 1992.__________ - Quem Sobreviverá? Fundamentos da Sociometria, Psicoterapia de Grupo e Sociodrama. Goiânia, Dimensão, 1992.Naffah Neto, A. - Psicodrama - Descolonizando o Imaginário. São Paulo, Brasiliense, 1979.__________ - Paixões e Questões de um Terapeuta, São Paulo, Ágora, 1989.Perazzo, S. - Descansem em Paz os Nossos Mortos Dentro de Mim. São Paulo, Francisco Alves, 1986.Soeiro, A. C. - Psicodrama e Psicoterapia. São Paulo, Natura, 1976.OBS. Este artigo foi publicado no Boletim de Psicoteologia do CPPC-Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos, Ano IX, nº, 2º Semestre de 1996. Revisto em julho de de 2006.
Posted by Rozangela Justino at 8:27 PM

“Pesquisa” no jornal O Globo indica: 99% dos brasileiros não aceitam o homossexualismo

“Pesquisa” no jornal O Globo indica: 99% dos brasileiros não aceitam o homossexualismo

Governo Lula usará “pesquisa” para elaborar novas políticas governamentais para combater a “homofobia” de 99% dos brasileiros

Julio Severo

De acordo com reportagem do jornal O Globo de 7 de fevereiro de 2009: “Só 1% dos brasileiros maiores de 16 anos não têm preconceito contra homossexuais”. O que essa “pesquisa” quer dizer? Que só 1% dos brasileiros não mata homossexuais? Que só 1% dos brasileiros não agride homossexuais?

Já que o termo “preconceito” muitas vezes é interpretado como abrangendo palavras e opiniões contrárias ao homossexualismo, quais as implicações dessa “pesquisa”?

A “pesquisa” foi realizada pelas fundações socialistas Perseu Abramo e Rosa Luxemburgo, que fizeram o levantamento de quantos brasileiros não aceitam o homossexualismo. A fundação Perseu Abramo tem ligação com o PT.

Usando o eco ideológico dessas fundações, o governo Lula agora utilizará os resultados dessa “pesquisa” para elaborar políticas mais enérgicas de combate à “homofobia”. A “pesquisa” apontou, nas próprias palavras de O Globo, que “a cada três dias de 2008, houve pelo menos um crime de ódio por orientação sexual no país, segundo o programa federal Brasil Sem Homofobia”.

Ocorrem no Brasil crimes contra quem pratica o homossexualismo? Claro que sim. Afirmando que a maioria dos homossexuais assassinados é de travestis, Oswaldo Braga, presidente do Movimento Gay de Minas, declarou: “São homossexuais que estão mais envolvidos com a criminalidade, como prostituição e tráfico de drogas, ficando mais expostos à violência”. (Tribuna de Minas, 09/03/2007, p. 3.)

Qualquer cidadão brasileiro, seja homossexual ou não, que se expõe em ambientes de drogas e prostituições corre sério risco de sofrer agressões e morte.

Mas assassinato, seja de quem for, não é nenhuma novidade no Brasil hiper-violento. Nos últimos 25 anos, enquanto 800 mil brasileiros foram assassinados, somente 2 mil homossexuais tiveram o mesmo destino, de acordo com o Grupo Gay da Bahia,

Contudo, a “pesquisa” não citou diretamente assassinatos de homossexuais, mas só “crimes”. Enquanto a cada três dias são assassinados 414 brasileiros — sem mencionar outros crimes —, a cada três dias 1 crime é cometido contra homossexuais.

Não, o governo Lula não está olhando para o número elevadíssimo de 414 assassinatos. Seus olhos estão nesse 1 crime contra homossexuais a cada três dias. Esse 1 crime pode ser qualquer “crime” — até mesmo a contrariedade típica e normal das pessoas a dois homens se beijando descaradamente em público.

Os olhos do governo Lula estão também no “preconceito” de 99% dos brasileiros. Erradicar a “intolerância” contra o homossexualismo, por mínima que seja, é muito mais importante do que trabalhar para literalmente salvar a vida de 50 mil brasileiros que são assassinados anualmente no Brasil hiper-violento.

Tanta violência no Brasil nem é de admirar. A vida perdeu o valor sob um governo que, em vez de proteger seus cidadãos, trabalha para legalizar o aborto e sacralizar o homossexualismo.

O que é de admirar é como uma população que é 99% contra o homossexualismo aceita de forma passiva e calada que um governo 100% a favor do homossexualismo eleve as práticas homossexuais a nível de sacralidade inviolável enquanto rebaixa 99% da população à categoria de “ralé ignorante” que deve ser sumariamente condenada a políticas estatais de reeducação.

Tal empreendimento socialista exige, como sempre, apoio da mídia comprada. Ninguém melhor do que a grande mídia brasileira para ajudar o governo a reeducar 99% da população. De acordo a BBC de Londres, as novelas da TV Globo — ligada ao jornal O Globo — aumentaram o número de divórcios no Brasil nos últimos 40 anos. Dá agora para aumentar o número de pessoas que aceitam o homossexualismo?

Com a ajuda da Globo e outros canais de TV liberais, o povo “ignorante” será reeducado a ver o homossexualismo conforme as tendências politicamente corretas. Sem mencionar que, usando as escolas públicas e outros meios, o programa federal “Brasil Sem Homofobia” não medirá esforços para eliminar o “preconceito” dos cidadãos brasileiros.

Enquanto o Ministério da Saúde gasta literalmente milhões em lubrificantes para que homossexuais se ocupem e se distraíam em suas relações anais, 99% da população ficarão “ocupados” sendo caçados e reeducados por causa de seu “preconceito”.

Esse “preconceito”, conforme o governo Lula e a mídia comprada definem, abrange qualquer opinião contrária ao homossexualismo. Não importa o que 99% da população pensem, não importa o que 99% dos cristãos creiam — o programa “Brasil Sem Homofobia” está determinado a “curá-los”, conforme as próprias palavras de Lula, de sua “doença perversa”.

Graças ao socialismo, o Brasil está hoje enfrentando uma ditadura ideológica monumental, onde 1% da população está determinada a impor sobre 99% não só censura às suas convicções e opiniões, mas também perseguição legal.

Alguém, muito sabiamente, disse:

“No passado, o homossexualismo era proibido no Brasil. Depois, passou a ser tolerado. Hoje é aceito como comportamento normal. Vou sair do Brasil antes que passe a ser obrigatório”.

Fonte: www.juliosevero.com

Governo brasileiro diz que 99% de seus cidadãos são “homofóbicos” e precisam ser reeducados

Governo brasileiro diz que 99% de seus cidadãos são “homofóbicos” e precisam ser reeducados

Matthew Cullinan Hoffman

BRASÍLIA, 13 de fevereiro de 2009 (LifeSiteNews.com) — O governo brasileiro determinou que 99% de seus cidadãos são “homofóbicos” e portanto precisam ser reeducados, de acordo com o jornal O Globo.

Os resultados são de um estudo que testou o nível de “homofobia” da população, perguntando às pessoas que comentassem acerca de tais declarações como “Deus fez o homem e a mulher com sexos diferentes para que cumpram seu papel e tenham filhos”. Os 92% de brasileiros que concordaram parcial ou completamente com essa declaração foram rotulados de “homofóbicos”.

Outra pergunta no teste de “homofobia” foi: “A homossexualidade é um pecado contra as leis de Deus”. Cinquenta e oito por cento dos brasileiros concordaram.

Aqueles que concordaram parcial ou completamente que “A homossexualidade é uma doença que tem de ser tratada” (41%) foram também rotulados de “homofóbicos”, assim como aqueles que objetaram a beijos e abraços de homossexuais em público (64%).

De acordo com o jornal O Globo, o governo federal do Brasil usará os dados para “planejar novas políticas, e alerta que já detectou um desdobramento sombrio de tanto preconceito: a intolerância.” O estudo foi realizado por uma organização ligada ao Partido dos Trabalhadores, que atualmente ocupa o poder executivo e predomina no poder legislativo.

“Não há como [o governo] não se envolver, porque a intolerância tem se manifestado em crimes, inclusive cometidos por agentes de Estado”, disse Paulo Biagi, coordenador do Brasil Sem Homofobia, programa oficial do governo Lula.

Biagi diz que o governo agora começará a “rearticular” a defesa de seu projeto de lei “anti-homofobia”, que tornará crime criticar a conduta homossexual no Brasil.

Além disso, o governo estará lançando o Plano Nacional de Promoção da Cidadania LGBT em maio. O governo também iniciará, juntamente com dez outros países latino-americanos, uma campanha televisiva para combater a “homofobia”.

“O que é de admirar é como uma população que é 99% contra o homossexualismo aceita de forma passiva e calada que um governo 100% a favor do homossexualismo eleve as práticas homossexuais a nível de sacralidade inviolável”, escreveu o ativista pró-família Julio Severo em seu blog Last Days Watchman, “enquanto rebaixa 99% da população à categoria de ‘ralé ignorante’ que deve ser sumariamente condenada a políticas estatais de reeducação”.

Links relacionados:

“Study” in the Brazilian newspaper O Globo: 99% Brazilians do not accept homosexuality

http://lastdayswatchman.blogspot.com/2009/02/study-in-brazilian-newspaper-o-globo-99.html

“Pesquisa” no jornal O Globo indica: 99% dos brasileiros não aceitam o homossexualismo

http://juliosevero.blogspot.com/2009/02/pesquisa-no-jornal-o-globo-indica-99.html

Cobertura relacionada em inglês em LifeSiteNews:

Brazilian President: Opposition to Homosexuality is a “Perverse Disease”

http://www.lifesitenews.com/ldn/2008/jun/08060904.html

Brazilian Government Punishes Dissenters of Pro-Homosexuality Policy

http://www.lifesitenews.com/ldn/2008/mar/08032702.html

Brazilian Homosexuals File “Hate” Charges Against Brazilian Christians

http://www.lifesitenews.com/ldn/2007/nov/07112805.html

Brazil Attacks Against Family Defenders Backed by Pro-Homosexual Regime of Nation’s President

http://www.lifesitenews.com/ldn/2007/jul/07073108.html

Fonte: LifeSiteNews

Resenha do livro “Luz no Armário: a Torá, a Homossexualidade e o Poder de Mudar”

Resenha do livro “Luz no Armário: a Torá, a Homossexualidade e o Poder de Mudar”

Critica literária feita por Kathleen Gilbert
FALLS CHURCH, Virginia, EUA, 28 de outubro de 2009 (Notícias Pró-Família) — Um rapaz de 14 anos foi levado a um respeitado terapeuta depois de sofrer prolongada depressão e extremas mudanças de temperamento. A raiz de seus problemas, ele acaba confessando, é que ele teme ser gay.
Enquanto vai explorando as experiências passadas do rapaz, o Dr. James Lock, psiquiatra da Universidade de Stanford, observa a conduta distante do pai do adolescente que provavelmente o deixou ansiando genuíno laço masculino. Lock também descreve como seu paciente era sensível, como ele era emocionalmente cativo de sua mãe, como ele era tratado mal por colegas do sexo masculino e como ele sentia vergonha da imagem do seu corpo — um padrão de necessidade emocional comum entre homens que desenvolvem atração do mesmo sexo.
A terapia de Lock, porém, não busca curar as feridas de relacionamentos do rapaz, as quais são tratadas como inconseqüentes. Em vez disso, o foco permanece quase que exclusivamente em resolver o que ele chama de “forte homofobia internalizada” do rapaz: em outras palavras, o fato de ele sentir repugnância à noção de ser intrínseca e irreversivelmente homossexual. O jovem, conhecido como J, é incentivado a abraçar a homossexualidade mediante vários meios.
O próprio J expressa aversão à ideia de Lock de bem estar: o terapeuta comenta que J se sentia constrangido entre membros de um grupo local de gays adolescentes, dizendo que “não era para mim”, e se sentiu “desligado e distante de si mesmo” depois de um encontro sexual com um homem mais velho. Lock conclui do nojo de J para com o sexo homossexual que o jovem é “ainda muito homofóbico”, e assim suas tentativas de se relacionar são “prematuras”.
De acordo com as anotações de Lock, depois de dois anos de intervenção para a “aceitação da homossexualidade”, J não melhorou, mas caiu numa depressão ainda mais profunda. Depois de quatro anos, J largou seu terapeuta para estudar numa universidade — escolhida em parte por sua classificação de favorável aos homossexuais.
Será que se J tivesse ido a outro terapeuta, sua história — e sua escolha máxima de auto-identificação — teria sido radicalmente diferente?
A verdadeira história de J é relatada no recente livro “Light in the Closet: Torah, Homosexuality, and the Power to Change” (Luz no Armário: a Torá, a Homossexualidade e o Poder de Mudar), no qual Arthur Goldberg, conselheiro credenciado e especialista em relacionamentos, comenta que o cenário de J é realmente epidêmico para indivíduos com atrações homossexuais indesejadas (AHI). Luz no Armário, originalmente publicado em 2008 pela editora Heifer Press, saiu numa segunda edição em julho deste ano e está disponível em várias lojas online.
“Se o Dr. Lock fosse algum tipo de extremista, poderíamos simplesmente descartar o caso de J como um exemplo isolado do que pode acontecer quando uma pessoa infeliz entra no consultório errado”, escreve Goldberg. Contudo, “o modo como o Dr. Lock tratou o problema de J é bem característico de um considerável número de profissionais de saúde mental”.
Vários outros testemunhos pessoais apresentados por Goldberg revelam a confusão profunda daqueles que têm experiências de AHI, mas que se sentem pegos em armadilhas da sociedade e dos profissionais médicos que insistem que eles são irreversivelmente homossexuais.
Goldberg é co-fundador e co-diretor da organização JONAH (Jews Offering New Alternatives to Homosexuality [Judeus que oferecem novas alternativas à homossexualidade]), que oferece ajuda, aconselhamento e encaminhamento de homossexuais e outras pessoas angustiadas da comunidade judaica e suas famílias. Ele lida com a questão da perspectiva exclusiva de um profissional que tem o profundo compromisso da orientação moral da Torá — o Antigo Testamento dos cristãos. Ele conclui que aqueles que sofrem de AHI podem encontrar cura espiritual e psicológica em conjunto com a sabedoria da lei de Deus.
Dirigindo seu diálogo para aqueles que expressam um desejo consciente de rejeitar os impulsos homossexuais, Goldberg começa seu argumento em favor da compreensão psicológica tradicional da homossexualidade como resultante de feridas psicológicas e emocionais do passado. Por exemplo, vários testemunhos de indivíduos que sofrem de AHI descrevem suas vidas sexuais na homossexualidade como uma tentativa torpe de satisfazer uma fome mais profunda de verdadeira aceitação por parte do mesmo sexo — um estado de incerteza que os deixa “emocionalmente agindo como adolescentes”.
No entanto, a moderna dificuldade com a homossexualidade não acaba aí: Goldberg esclarece não só as causas internas da homossexualidade, mas também a natureza e história do movimento homossexual, explicando a mudança gradual e deliberada no conceito do público acerca da homossexualidade: o movimento homossexual eliminou a atividade homossexual da mente de público e substituiu por característica e identidade. Longe de ajudar indivíduos com AHI, ele diz, o movimento “colocou muitos de seu próprio meio em situações de intolerável ambivalência, conflito, sofrimento e perigo mortal” lançando a noção de cura como impossível e absurda.
“Os relativistas morais, em união com o movimento homossexual e a tendência ‘politicamente correta’, muito fizeram para esconder ou deturpar as respostas, para confundir as questões e, aliás, para caluniar a religião tradicional — principalmente o judaísmo — como hostil e discriminatória contra os homossexuais”, escreve Goldberg.
“Os ativistas gays têm, em realidade, apagado a luz no armário homossexual”.
A análise de Goldberg atinge o ponto decisivo da contradição no argumento talvez mais comum dos direitos homossexuais: que adultos que consentem têm de ter o direito à privacidade. Pelo menos para alguns indivíduos com AHI — um problema que consegue lacerar as partes mais profundas da identidade moral de uma pessoa — a mera afirmação de que eles “consentiram” com a atividade homossexual mal fecha a questão de sua total e voluntária adoção do estilo de vida homossexual.
“O que implica realmente um adulto ‘consentido’?” questiona Goldberg. “Será que o consentimento é sincero, ou é só parte da mente (ou corpo) de uma pessoa fazendo o consentimento, enquanto a outra parte é amedrontada e drogada para ficar em silêncio? Sob quais circunstâncias o ‘consentimento’ de uma pessoa verdadeiramente representa sua decisão racional e totalmente informada?”
Em outras palavras, quando um homem não consegue nem mesmo confiar em si mesmo, o que lhe resta para recorrer? Para Goldberg, a resposta é óbvia.
A solução para aqueles que estão lutando para se livrar das correntes mentais e físicas da cultura homossexual, diz ele, pode essencialmente ser encontrada na Torá — onde a lei moral de Deus oferece uma saída certa da confusão em direção ao autoconhecimento, maturidade e cura.
Goldberg diz que uma chave para colher os benefícios de tal terapia centrada na Torá é entender o verdadeiro sentido da palavra hebraica to'eivah. A palavra é muitas vezes traduzida como “abominação”, mas Goldberg insiste que “desviado” ou “enganado” é mais preciso ao sentido original e mais apropriado à situação dos que sofrem de AHI.
“O ponto central do argumento deles é ‘discriminação aos homossexuais’”, escreve Goldberg. “Contudo, como é evidente do próprio texto, quando a Torá usa a palavra to'eivah, está condenando uma conduta, não um indivíduo… Implícito dentro desse entendimento [de to'eivah] está um simples fato: aquele que se desvia não perde a capacidade de encontrar o caminho de volta”.
Embora profundamente agradecido à sua tradição moral, Goldberg nega afirmações comuns entre judeus ortodoxos de que a cura só pode ser realizada por meio de piedade ou obediência religiosa. Em vez disso, ele diz, o teshuvah (o “retorno” para o plano de Deus) e a cura psicológica por meio de programas de aceitação sexual têm de prosseguir com muito rigor.
“Tal ação corretiva pode, e tem sido, realizada — e com um índice de sucesso que é elevado demais para se ignorar”, escreve Goldberg, “por meio de um método orientado envolvendo aconselhamento profissional, auto-descoberta e uma combinação de auto-ajustamentos graduais na espiritualidade e conduta característicos do teshuvah”.
Goldberg disse para LifeSiteNews.com que ele espera que qualquer pessoa que esteja com questionamentos para dar atenção à sua mensagem venha a descobrir que ela não só começa “uma vereda inteligente de cura e esperança para aqueles que estão sexualmente confusos, mas também ajudará qualquer um cujos valores foram confundidos pela cultura politicamente correta”.
“Escrevi o livro para reunir informações e recursos diversos, muitos dos quais a maioria desconhece”, disse ele, “e para desenvolver um modelo exclusivo que integra a cura secular psicológica com os mandamentos da Bíblia, assim capacitando as pessoas a vencerem a cultura sexualmente exploradora de hoje”.
É um tipo de capacitação que já deveria ter ocorrido há muito tempo.
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com

Homossexualidade: há esperança e libertação fora da psicologia?

Homossexualidade: há esperança e libertação fora da psicologia?

Então por que alguns psicólogos cristãos falam e agem como se Jesus e o Evangelho precisassem depender da ideologia de Freud para ajudar homens presos no vício homossexual?

Julio Severo

Muitos séculos antes da invenção da ideologia da psicologia, o Cristianismo já oferecia esperança e saída para homens que se encontravam aprisionados aos vícios, pois Cristo era apresentado e visto como o centro da solução para todas as necessidades e conflitos humanos.

No entanto, o mistério moderno é como as igrejas vieram a se distanciar tanto dessa solução fundamental ao ponto de se acharem impotentes de continuar ajudando homens a sair do homossexualismo, temendo uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que não mais permite que seus profissionais façam uso de técnicas de condicionamento mental para essa finalidade.

Na verdade, as resoluções e decisões do CFP afetam exclusivamente seus próprios profissionais, não tendo nenhum efeito sobre a tradicional liberdade cristã de apresentar aos necessitados, inclusive homossexuais, o mesmo Jesus que vem há séculos curando, libertando e salvando todos os tipos de pecadores, sexuais ou não.

A psicologia reconhece sua necessidade de Cristo? Dificilmente, considerando o fato de que seu fundador Sigmund Freud (um judeu rebelde e revoltado contra Deus) fez questão de não centralizar Deus em sua invenção, nem a criou para glorificar o nome de Jesus.

Freud é para a psicologia o que Karl Marx (outro judeu rebelde e revoltado contra Deus) é para o socialismo.

Antes da invenção da psicologia, havia esperança para os homossexuais?

O Apóstolo Paulo pregava o Evangelho de Jesus Cristo (não o evangelho da prosperidade e muito menos o evangelho da psicologia) na cidade de Corinto, na Grécia antiga. No que se refere ao homossexualismo na sociedade, Corinto era um paraíso gay. E como era a mensagem de Paulo nesse contexto social? Ele mesmo diz:

"Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados [homossexuais passivos], nem os sodomitas [homossexuais ativos], nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus". (1 Coríntios 6:9-11 ACF)

Paulo deixa claro que havia todos os tipos de pecadores em Corinto. E ele também diz que na igreja que ele fundou nessa cidade, alguns viviam nesses pecados, inclusive no homossexualismo. E como todos esses pecadores foram libertos? Pela psicoterapia? Não. Por meio do nome de Jesus e do Espírito de Deus eles foram lavados — no sangue de Jesus Cristo —, santificados e justificados.

O nome de Jesus e o Espírito de Deus precisam da psicologia e suas técnicas de condicionamento para libertar os pecadores? A resposta é óbvia. Mas o que não é tão óbvio é que os psicólogos também precisam de Jesus para libertá-los de um emaranhado de filosofias humanas que apenas atrapalham sua relação com Deus e com o próximo e atrapalham hoje alguns cristãos e igrejas de viverem a realidade libertadora que está no nome de Jesus e o Espírito de Deus.

A maioria dos jovens cristãos que entra na psicologia se afasta de Deus e a maioria absoluta dos psicólogos está afastada de Deus, provando conclusivamente que a psicologia não aproxima ninguém de Deus. Pelo contrário, com essa ferramenta de condicionamento humano pode-se levar o indivíduo tanto a aceitar quanto rejeitar a homossexualidade. Se alguma moda social estranha surgir, o condicionamento poderia levá-lo a se aceitar como coelho, galinha, pato, marreco, etc.

O nazismo também tinha seus próprios psicólogos. O nazismo usava a psicologia para condicionar o povo alemão a admirar Hitler (que era homossexual) e odiar Deus, seus valores e seus seguidores. Mais modernamente, os socialistas estão usando a psicologia para condicionar o povo a admirar o homossexualismo e odiar como intolerantes e discriminatórios os padrões imutáveis e eternos de Deus sobre a homossexualidade e o casamento natural.

Talvez seja por isso que os militantes gays se recusem a aceitar as "curas" de homossexuais por meio psicoterapêutico. Com a psicologia, pode-se tanto "curar" quanto "descurar". O que eles recusam reconhecer, porém, é que se a "cura" psicoterapêutica envolve manipulação mental, o tratamento para um homem se aceitar como homossexual não é em nada diferente de uma lavagem cerebral. Ao lutar para que o CFP apóie somente o homossexualismo, os ativistas gays admitem que querem o controle absoluto da psicologia como instrumento de manipulação mental e emocional.

No caso do Evangelho, o Espírito Santo não é uma ferramenta de condicionamento mental e emocional. Ele não é manipulação nem lavagem cerebral. Não é possível usá-lo para inclinar as pessoas para ou contra a homossexualidade. O Espírito Santo é uma Pessoa que ministra às necessidades dos homens e mulheres que se abrem para Jesus. Se ele conseguiu libertar homossexuais na igreja de Paulo, o que o impediria de continuar operando os mesmos milagres de salvação hoje?

Sem a psicologia Cristo pouco pode fazer pelos homossexuais? Esse é um desafio grande para as igrejas de hoje, principalmente quando a psicologia moderna legitima a homossexualidade e agora está embarcando na legitimação da pedofilia.

A resolução proibitiva do CFP afeta pastores ou padres que não são psicólogos? Então, por que alguns cristãos se preocupam como se o CFP tivesse amplos poderes para cassar ou censurar pastores e cristãos que pregam sobre a homossexualidade sem um diploma de psicologia? Desde quando eles precisam desse tipo de diploma para prosseguir o ministério de dois mil anos de Jesus e seus apóstolos, pregando e ministrando a todos os pecadores, inclusive homossexuais?

Para o seguidor de Jesus, o consultório de psicologia é um mero lugar estratégico para levar o paciente a Cristo, embora alguns cristãos ajam de forma contrária, usando o Evangelho como um meio de introduzir a psicologia na vida da igreja.

Alguns chegam a transparecer um temor infundado de que sem a psicologia o Evangelho poderia perder sua eficácia, como se a Igreja do Senhor Jesus Cristo não tivesse condições de ajudar os pecadores sem depender da ideologia de Freud. Eles se esquecem completamente de que a psicologia e outras filosofias humanas não são componentes indispensáveis ou necessários do Evangelho.

Eu não sou o primeiro nem o último cristão a apontar os perigos de se apoiar num Cristianismo pendurado na muleta de Freud. Entre os católicos, a psicologia e seus malefícios vêm há muitos anos sendo denunciados pelo Dr. Paul Vitz, católico e professor de psicologia na Universidade de Nova Iorque. Entre os evangélicos, a denúncia está vindo de outro professor de psicologia: o Dr. Martin Bobgan.

O cristão que não é psicólogo é livre para ministrar aos homossexuais, não estando sob nenhuma imposição profissional ou legal de encaminhar para psicólogos pró-homossexualismo homens que não querem sair do homossexualismo. Já os psicólogos cristãos estão debaixo de obrigações para com o CFP.

Quase vinte anos atrás, duas senhoras vieram à minha casa pedindo informações sobre onde morava o homem que fazia "benzimento". Eu sabia que elas estavam se referindo ao meu vizinho pai-de-santo, mas imediatamente percebi que seria imoral e anticristão encaminhá-las a um centro de macumba. Por isso, eu lhes disse: "Eu sou um homem que dá benção!" Preguei o Evangelho a elas e orei ali mesmo abençoando-as e presenteando-as com literatura cristã grátis. Elas foram embora muito felizes.

Se eu fosse psicólogo, não seria diferente. Eu levaria essas senhoras a Cristo. Se elas não quisessem Cristo e quisessem o lesbianismo, assim como eu não poderia encaminhá-las a um centro de macumba, eu também não poderia encaminhá-las a um psicólogo pró-lesbianismo. E encaminhar a qualquer psicólogo seria como arriscar na roleta russa, seria um desserviço ao Evangelho, pois a maioria dos psicólogos segue os modismos e manias do CFP sobre a homossexualidade e outras questões importantes.

O cristão psicólogo que de fato quer ajudar homossexuais não precisa temer a resolução do CFP, pois em todo o tempo ele tem a liberdade de sair da esfera do CFP, renunciando publicamente à sua profissão para se dedicar a um chamado maior. A ele, como a todo cristão legítimo, resta fazer sacrifícios: se sua profissão exige o sacrifício dos valores e responsabilidades que Deus lhe deu de ajudar os necessitados ou se os valores de sua profissão exigem estar no mesmo nível de importância dos valores de Cristo, é melhor fazer como o Apóstolo Mateus, que sacrificou sua profissão de cobrador de impostos para pregar o Evangelho do Reino de Deus e escrever o Evangelho de Mateus.

Afinal, esse Evangelho pode ou não realizar muito mais do que cem mil tratamentos psicoterapêuticos?

Sem a psicologia, o que os cristãos psicólogos têm a oferecer aos homossexuais?

Há esperança e vida fora da psicologia?

Então por que alguns psicólogos cristãos falam e agem como se a resolução proibitiva do CFP fosse um grande impedimento para o próprio Jesus, como se sem a psicologia os homens presos no vício homossexual tivessem pouca ou nenhuma esperança de experimentar uma solução em Jesus e no Evangelho?

Fonte: www.juliosevero.com

O problema com a auto-estima

O problema com a auto-estima

PAUL C. VITZ

A teoria da auto-estima, com a qual tantas pessoas estão obcecadas hoje em dia, prediz que só os que se sentem bem consigo se sairão bem — motivo por que acham que todos os estudantes precisam disso. Contudo, as pesquisas não têm apoiado essa teoria.

Hoje, a parte maior e mais familiar da psicologia americana é a popular psicologia da auto-estima, que agora se encontra em toda a sociedade americana. Quase todos nós conhecemos bem a auto-estima e a obsessão que muitos têm com essa teoria em nossa época. Os programas de auto-estima afetam a vida de um número incontável de alunos de escola, pois essa idéia, realmente um ideal, foi adotada e aplicada principalmente na educação.

Historicamente, o conceito de auto-estima não tem origens intelectuais claras ou óbvias. Nenhum teórico de assuntos psicológicos de grande importância a tornou um conceito central. Muitos psicólogos, porém, enfatizaram o ego de várias maneiras, mas o foco costumeiro era a auto-realização ou cumprimento do potencial da própria pessoa. Como resultado, é difícil rastrear e chegar até a fonte dessa ênfase na auto-estima. Aparentemente, essa preocupação generalizada é uma destilação da preocupação geral com o ego encontrada em tantas teorias psicológicas. A auto-estima parece o denominador comum impregnando os escritos de tais variados teóricos como Abraham Maslow, Carl Rogers, psicólogos da força do ego e educadores morais, principalmente em época mais recente. Em qualquer caso, a preocupação com a auto-estima paira em todas as partes dos EUA hoje. No entanto, é impossível não achá-la no mundo da educação — dos mestres da educação, aos diretores, professores, conselhos de alunos e programas de televisão que se ocupam com a educação, de modo particular os programas que se ocupam com a educação pré-escolar, como Sesame Street.

O valor do ego, um sentimento de respeito e confiança na própria pessoa, tem mérito, conforme veremos. Mas um ego centrado em si, uma auto-estima do querer sentir-se bem com os próprios sentimentos, em que podemos ignorar nossos fracassos e nossa necessidade de Deus, é outra coisa bem diferente. O que há de errado com o conceito da auto-estima? Muita coisa, e é de natureza fundamental. Há milhares de estudos psicológicos sobre a auto-estima. Muitas vezes o termo auto-estima é confuso, pois seu rótulo é usado para vários aspectos como auto-imagem, auto-aceitação, autovalor, amor próprio, autoconfiança, etc. O ponto importante é que não há consenso acerca da definição ou medição para avaliar a auto-estima. E seja o que for a auto-estima, não há evidência confiável que apóie os resultados da auto-estima como se chegassem a ter muita importância.

Não há evidência de que a auto-estima provoque algum resultado. Aliás, um grande número de pessoas com pouca auto-estima realizou muito num tipo de atividade ou outra. Por exemplo, Gloria Steinem, que escreveu muitos livros e foi uma das principais líderes do movimento feminista, recentemente revelou numa longa declaração num livro que ela sofre de baixa auto-estima. E muitas pessoas com elevada auto-estima sentem-se felizes em ser ricas, belas ou ter ligações sociais importantes. Algumas outras pessoas, cuja elevada auto-estima foi observada, são bem sucedidos traficantes de drogas, de grandes cidades, que geralmente se sentem muito bem acerca de si mesmos. Afinal, eles tiveram sucesso em fazer muito dinheiro num ambiente hostil e competitivo.

Um estudo de conhecimentos matemáticos de 1989 comparou estudantes de oito países diferentes. Os estudantes americanos se classificaram em último lugar na capacidade matemática e os estudantes coreanos se classificaram em primeiro lugar. Mas os pesquisadores também pediram aos estudantes que dessem uma nota para si mesmos e que revelassem se eles se achavam bons em matemática. Os americanos se classificaram em primeiro lugar na opinião de si mesmos acerca da capacidade matemática, enquanto os coreanos se classificaram em último lugar. A auto-estima matemática teve uma relação inversa ao desempenho matemático. Isso com certeza é um exemplo da psicologia do sentir-se bem impedindo os estudantes de ter uma percepção acurada da realidade. A teoria da auto-estima prediz que só os que se sentem bem consigo se sairão bem, motivo por que acham que todos os estudantes precisam disso. Mas de fato, sentir-se bem consigo pode simplesmente fazer com que você tenha confiança exagerada, tenha uma vaidade exagerada e seja incapaz de trabalhar pra valer. Agora, não estou insinuando que uma elevada auto-estima tem sempre uma relação negativa com o desempenho. Em vez disso, a pesquisa mencionada acima mostra que as medições de auto-estima não têm nenhuma relação confiável com a conduta, positiva ou negativa. Em parte, o motivo simples disso é que a vida é complexa demais para uma noção simples ser de muita utilidade. Mas por outros motivos devemos de antemão esperar esse fracasso.

Nós todos conhecemos pessoas que são motivadas por inseguranças e dúvidas internas. Essas pessoas muitas vezes são os heróis e vilões da história. É um fato bem documentado que na história das realizações militares fanáticas há o predomínio de certos homens de estatura baixa. Júlio César, Napoleão, Hitler e Stálin eram todos homens determinados a provar que eles eram grandes. Muitos grandes atletas e outros tiveram de vencer deficiências físicas e falta de auto-estima. Poderíamos chamar isso de efeito de Demóstenes, de acordo com o grego da Antigüidade que tinha problemas de fala. Ele praticava a fala com a boca cheia de pedrinhas e mais tarde se tornou um orador famoso.

Muitas realizações superiores parecem ter sua origem no que o psicólogo Alfred Adler chamou de complexo de inferioridade. O ponto importante não é que sentir-se mal sobre nós mesmos é bom, mas que só duas coisas podem verdadeiramente mudar o modo como nos sentimos sobre nós mesmos. O desempenho real e o amor real.

Primeiro, o desempenho no mundo real afeta nossas atitudes. Uma criança que aprende a ler, que consegue fazer matemática, que consegue tocar piano ou jogar futebol, terá um sentimento genuíno de desempenho e um sentimento adequado de auto-estima. As escolas que fracassam no ensino da leitura, escrita e aritmética corrompem o entendimento adequado da auto-estima. Os educadores dizem: “Não dê notas a eles. Não os rotule com classificações. Faça-os se sentirem bem consigo”. Esses educadores causam esses problemas. Não faz sentido algum os estudantes estarem cheios de auto-estima se não aprenderam nada. A realidade logo furará seu balão de ilusões e eles terão de enfrentar dois fatos perturbadores: que eles são ignorantes; e que os adultos responsáveis pelo ensino deles lhes mentiram.

No mundo real, o elogio deve ser a recompensa por algo que valha a pena. O elogio deve estar ligado à realidade.

Há um modo ainda mais fundamental em que a maioria das pessoas chega à genuína auto-estima, realmente chega a sentimentos de se valorizarem ou ao que os psicólogos chamam de “confiança básica”. Tais sentimentos vêm através do amor que se recebe.

Em primeiro lugar, o amor de nossa mãe, normalmente. Mas não dá para falsificar essa experiência fundamental de amor e autoconfiança. Quando os professores tentam criar essa emoção profunda e motivadora fingindo que eles amam todos os seus estudantes por uma hora ou menos por dia, e louvando-os indiscriminadamente, eles entendem mal a natureza desse tipo de amor. Não dá simplesmente para um professor produzir o amor dos pais em poucos minutos de interação por dia. A criança não só sabe que tal amor é falso, mas também que os professores reais têm de ensinar, e que isso envolve não só apoio, mas também disciplina, requisitos, repreensões e, em resumo, amor e firmeza.

Os bons professores mostram seu amor se importando o suficiente para usar a disciplina. Assim os melhores e mais admirados professores na maioria das escolas secundárias americanas de hoje são os treinadores de esportes. Eles ainda ensinam, mas exigem desempenho e raramente se preocupam com a auto-estima. Uma das melhores coisas que podem acontecer para um jogador de futebol iniciante que não é bom é ser cortado do time, porque então ele poderá começar a ir atrás daquilo em que ele é bom. Em vez de ficar lutando para avançar no futebol — esporte em que ele poderia desperdiçar cruciais anos de sua vida como um jogador de terceira categoria — ele poderia ser um jogador de golfe, ou estudante de matemática ou artista de primeira. Muitas coisas na vida descobrimos pelo processo de eliminação e precisamos ter fé suficiente em nossos professores que eles nos eliminarão de algumas das matérias das quais não fazemos parte de modo que possamos encontrar o lugar ao qual pertencemos.

Problemas semelhantes surgem para os que tentam construir sua lenta auto-estima falando carinhosamente com sua própria criança interior ou outro ego interior inseguro. Tais tentativas estão condenadas ao fracasso por dois motivos: primeiro, se temos insegurança acerca de nosso próprio valor, como é que poderemos crer em nosso próprio elogio? Pense bem nisso. Se não achamos que somos realmente importantes, como é que então poderemos dizer a nós mesmos que somos e crer nisso? A realidade tem de existir — o amor de outras pessoas ou o desempenho real de algo. Então sabemos: “Ei, tem fundamento”. Caso contrário, a auto-estima é apenas um pequeno narcótico psicológico em nossa vida. E segundo, como toda criança, sabemos a necessidade de autodisciplina e desempenho. Em resumo, deve-se entender a auto-estima como uma reação, não uma causa. É principalmente uma reação emocional ao que nós e ao que os outros têm feito para nós. Embora seja um sentimento ou estado interior desejável, como a felicidade, não tem muito efeito. Além disso, como a felicidade e como o amor, é quase impossível se obter a auto-estima tentando obtê-la. Tente obter a auto-estima e você provavelmente fracassará, mas faça o bem aos outros e realize algo para si e você terá tudo o que precisa.

O assunto é vital para os cristãos em parte porque tantos estão preocupados com essa questão, e em parte porque a recuperação da auto-estima vem sendo enfatizada de modo bem explícito, principalmente no Cristianismo protestante. Precisamos observar, porém, que a auto-estima é um conceito profundamente secular, e não é um conceito no qual os cristãos deveriam ter um envolvimento especial. Nem há necessidade alguma que eles se envolvam. Os cristãos deveriam ter um senso tremendo de valor próprio. Deus nos fez conforme Sua imagem, Ele nos ama, Ele enviou Seu Filho para salvar cada um de nós, nosso destino é estar com Deus para sempre. Cada um de nós tem tanto valor que os anjos se regozijam com todo pecador arrependido.

Mas por outro lado, não temos nada em nós mesmos do que nos orgulharmos. Recebemos vida com todos os nossos talentos, e somos todos pobres pecadores. Certamente não há nenhuma razão teológica para crer que os ricos ou os bem-sucedidos ou os que têm elevada auto-estima são mais favorecidos por Deus e têm mais probabilidade de chegar ao céu. Aliás, bem-aventurados sãos os humildes.

Além disso, a auto-estima é baseada na própria noção americana de que cada um de nós é responsável por nossa própria felicidade. Assim, dentro de um sistema cristão, a auto-estima tem um efeito sutil e negativo; podemos adotar a busca da felicidade como uma meta pessoal bem mais intensa do que a busca da santidade.

Hoje, a auto-estima se tornou muito importante porque é considerada essencial para a felicidade. A menos que amemos a nós mesmos, não seremos felizes. Mas presumir que devemos amar a nós mesmos, que Deus não nos amará tanto quanto precisamos ser amados é uma forma de ateísmo prático. Dizemos que cremos em Deus, mas não confiamos nEle. Em vez disso, muitos cristãos vivem de acordo com uma idéia que não tem base na Bíblia: “Deus ama aqueles que se amam”.

Outro problema é que os cristãos começaram a desculpar o mal ou comportamentos destrutivos na base da auto-estima. Mas a auto-estima, quer baixa ou elevada, não decide nossas ações. Temos de prestar contas por nossas ações e temos a responsabilidade de tentar fazer o bem e evitar o mal. A baixa auto-estima não torna alguém alcoólatra, nem faz com que uma pessoa finalmente seja capaz de confessar seu vício e fazer algo sobre o problema. Essas duas decisões competem a cada um de nós, independente de nosso nível de auto-estima.

Finalmente, colocar todo o foco em nós mesmos alimenta um amor a nós mesmos que não tem base nenhuma na realidade. É o que os psicólogos muitas vezes chamam de narcisismo. Poderíamos achar que os Estados Unidos já tiveram problemas demais com o narcisismo da década de 1970, que foi a Geração do Eu e na década de 1980 com os yuppies. Hoje, a busca da auto-estima é apenas uma expressão mais recente da velha egomania dos Estados Unidos.

Ao dar uma face feliz aos alunos de escola por seu dever de casa só porque foi entregue ou lhes dar troféus só por estarem presentes no time é bajulação do tipo vista durante décadas em nossos slogans comerciais: “Você merece uma pausa hoje”, “Você é o chefe”, “Faça do jeito que quiser”. Tal amor próprio é uma expressão extrema de uma psicologia individualista que nosso mundo consumista há muito tempo sustenta. Agora, quem reforça esse amor próprio sãos os educadores que gratificam a vaidade até mesmo de nossas crianças novas com mantras repetitivos como “Você é a pessoa mais importante do mundo inteiro”.

A ênfase narcisista na sociedade americana e principalmente na educação e até certo ponto na religião é uma forma disfarçada de adoração ao ego. Se aceita, os Estados Unidos terão 250 milhões das “pessoas mais importantes do mundo inteiro”. Duzentos e cinqüenta milhões de egos de ouro. Se tal idolatria não fosse socialmente tão perigosa, seria embaraçosa, e até de dar pena. Vamos esperar que o bom senso consiga fazer um retorno às nossas vidas.

Paul C. Vitz, Ph.D. (Universidade de Stanford, 1962), é professor emérito de psicologia, departamento de psicologia da Universidade de Nova Iorque.

Copyright © 1995 Paul C. Vitz.

Traduzido do original em inglês: “The Problema with Self-Esteem”.

Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com.br

Auto-Estima Para Cristãos?

Auto-Estima Para Cristãos?

- Martin e Deidre Bobgan -

Crianças e adultos precisam realmente de auto-estima? A baixa auto-estima conduz a sérios problemas na vida? Os pais deveriam se esforçar para desenvolver a auto-estima em seus filhos? A Bíblia incentiva a auto-estima? Muitos cristãos têm suposições sobre este assunto; mas, o que diz a Bíblia? O que dizem as pesquisas?

A gênese da auto-estima

O movimento da auto-estima tem seus fundamentos mais recentes na psicologia clínica, isto é, nas teorias da personalidade elaboradas por Wiliam James, Alfred Adler, Erich Fromm, Abraham Maslow e Carl Rogers, cujos seguidores popularizaram o movimento. Contudo, as raízes do movimento da auto-estima retrocedem aos primórdios da história humana.

Tudo começou no terceiro capítulo de Gênesis. Inicialmente, Adão e Eva tinham consciência de Deus, consciência um do outro, das coisas à sua volta e não de si próprios. A percepção de si mesmos era incidental e secundária na sua focalização em Deus e um no outro. Adão compreendia que Eva era osso dos seus ossos e carne de sua carne (comp. Gn 2.23), mas não estava consciente de si do mesmo modo que seus descendentes seriam. O ego não era problema até a queda.

Comer da árvore do conhecimento do bem e do mal não trouxe a sabedoria divina. Resultou, sim, em culpa, medo e na separação de Deus. Assim, quando Adão e Eva ouviram que Deus se aproximava, esconderam-se entre as árvores. Mas Deus os viu e perguntou: "Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?" (Gn 3.11).

O ego pecaminoso

Adão e Eva responderam dando-nos o primeiro exemplo de autojustificação. Primeiro Adão culpou Eva e Deus, e então Eva culpou a serpente. O fruto do conhecimento do bem e do mal gerou o ego pecaminoso representado pelo amor-próprio, auto-estima, auto-aceitação, autojustificação, hipocrisia, auto-realização, autodifamação, autopiedade, e outras formas de autofocalização e egocentrismo.

Desse modo, o atual movimento da auto-etc. tem suas raízes no pecado de Adão e Eva. Através dos séculos, a humanidade continua a se deleitar na árvore do conhecimento do bem e do mal, que tem disseminado seus ramos do saber mundano, incluindo as vãs filosofias humanas e, mais recentemente, as filosofias "científicas" e a metafísica da psicologia moderna.

As fórmulas religiosas do valor-próprio, do amor-próprio e da auto-aceitação escorrem do tubo da televisão, fluem pelas ondas do rádio e seduzem através da publicidade. Do berço ao túmulo, os defensores do ego prometem a cura de todos os males da sociedade por meio de doses de auto-estima, valor-próprio, auto-aceitação e amor-próprio. E todo mundo, ou quase todos, repetem o refrão: "Você só precisa amar e aceitar a si próprio como você é. Você precisa se perdoar", e: "Eu só tenho de aceitar-me como sou. Eu mereço. Eu sou uma pessoa digna de amor, de valorização, de perdão."

A resposta cristã para o mundo

Como o cristão deve combater o pensamento do mundo, que exalta o ego e o coloca no centro como a essência da vida? Como o cristão deve ser fiel à ordem de nosso Senhor, de estar no mundo mas não ser do mundo? Ele pode adotar e adaptar-se à filosofia/psicologia popular de sua cultura, ou ele deve manter-se como quem foi separado por Deus e encarar sua cultura à luz da Palavra? Jesus disse: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mt 11.28-30).

Este é um convite para deixarmos o nosso próprio caminho, submetendo-nos a um jugo de humildade e servidão – com ênfase no jugo – num relacionamento de aprendizado e vida. Jesus fez Seu convite ao discipulado com palavras diferentes, mas para o mesmo relacionamento e o mesmo objetivo, quando disse: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á" (Mt 16.24-25).

Nenhum mandamento para amar a si próprio

Jesus não nos ordena que amemos a nós mesmos, mas que amemos a Deus e ao próximo. A Bíblia apresenta uma base para o amor completamente diferente daquilo que a psicologia humanista anuncia. Ao invés de promover o amor-próprio como a base para amarmos os outros, a Bíblia diz que o amor de Deus é a fonte verdadeira. O amor humano é misturado com o amor-próprio e, em última análise, pode estar em busca de seus próprios interesses. Mas o amor de Deus entrega a si mesmo. Portanto, quando Jesus convida Seus discípulos a negarem a si próprios e tomarem sobre si o Seu jugo e a Sua cruz, Ele os conclama a um amor que doa a si mesmo, não a um amor que satisfaz a si mesmo. Até o advento da psicologia humanista e de sua intensa influência na igreja, os cristãos geralmente consideravam a auto-estima como uma atitude pecaminosa.

Apesar da Bíblia não ensinar o amor-próprio, a auto-estima, o valor-próprio ou a auto-realização como virtudes, recursos ou objetivos, um grande número de cristãos de hoje têm sido enganado pelos ensinos pró-ego da psicologia humanista. Ao invés de resistirem à sedução do mundo, eles se submetem à cultura do mundo. Não somente eles não resistem à gigantesca onda do egocentrismo; como estão na crista da onda da auto-estima, da auto-aceitação e do amor-próprio. Na área do ego, dificilmente se pode perceber a diferença entre o cristão e o não-cristão, exceto que o cristão afirma ser Deus a fonte principal de sua auto-estima, auto-aceitação, auto-valorização e amor-próprio.

Através de slogans, bordões e textos bíblicos deturpados, muitos crentes professos seguem a onda existencial da psicologia humanista e estabelecem seu próprio sistema motivacional. Desse modo, qualquer crítica contra os ensinamentos do valor-próprio, amor-próprio e auto-estima é considerada, por isso mesmo, como prova de que se deseja que as pessoas sejam infelizes. Além do mais, qualquer crítica contra o movimento da auto-estima é vista como um perigo para a sociedade, já que a auto-estima é considerada como panacéia para seus males. Então se alguém, na igreja, não apóia completamente a teologia da auto-estima, é acusado de promover uma teologia desprezível.

Se há algo que o mundo e muitos na igreja têm em comum nos dias atuais, é a psicologia da auto-estima. Embora cristãos professos possam discordar em algumas das nuanças da auto-estima, auto-valorização, auto-aceitação, e mesmo em alguns dos pontos mais delicados de suas definições e de como elas são alcançadas, muitos têm reunido forças contra o que acreditam ser um inimigo terrível – a baixa auto-estima. Contudo, mesmo o mundo ainda não consegue justificar o incentivo da alta auto-estima pelos seus próprios métodos de pesquisa.

As pesquisas não apresentam justificativas em favor da auto-estima

Há alguns anos, o legislativo da Califórnia aprovou o projeto de criação da "Força-Tarefa Californiana para Desenvolver a Auto-Estima e a Responsabilidade Social e Pessoal". O legislativo reservou para o projeto 245.000 dólares ao ano durante três anos, num total de 735.000 dólares. O duplo título da Força-Tarefa foi realmente muito pretencioso. Ninguém nunca conseguiu demonstrar que o estímulo à auto-estima está, de algum modo, ligado com a responsabilidade social e pessoal. Nem se provou que todos aqueles que demonstram responsabilidade social e pessoal possuem auto-estima elevada. Na verdade a auto-estima e a responsabilidade social e pessoal têm relação negativa e não positiva.

A Declaração do Objetivo da Força-Tarefa foi a seguinte:

Procurar determinar se a auto-estima e a responsabilidade social e pessoal são as chaves para descobrir os segredos do desenvolvimento humano sadio, de modo que consigamos atingir as causas e desenvolver soluções eficazes para os principais problemas sociais, fornecendo a cada californiano as mais recentes experiências e práticas quanto à importância da auto-estima e da responsabilidade social e pessoal.(1)

A Força-Tarefa acreditava que apreciar a si mesmo e fortalecer a auto-estima reduziria "dramaticamente os níveis epidêmicos dos problemas sociais que enfrentamos atualmente".(2)

Há uma relação positiva entre a alta ou baixa auto-estima e a responsabilidade social e pessoal?

Com o objetivo de pesquisar esta relação, a Força-Tarefa estadual contratou oito professores da Universidade da Califórnia para examinar a pesquisa sobre a auto-estima e sua relação com as seis áreas seguintes:

1. Crime, violência e reincidência;

2. Abuso de drogas e álcool;

3. Dependência da Previdência Social;

4. Gravidez na adolescência;

5. Abusos sofridos por crianças e esposas;

6. Deficiência infantil no aprendizado escolar.

Sete dos professores pesquisaram as áreas acima e o oitavo resumiu os resultados, que foram publicados num livro intitulado The Social Importance of Self-Esteem (A Importância Social da Auto-Estima).(3) Esta pesquisa confirmou a relação entre a auto-estima e os problemas sociais?

David L. Kirk, colunista do jornal San Francisco Examiner, disse rudemente:

Esse... volume erudito, The Social Importance of Self-Esteem, resume todas as pesquisas sobre o assunto numa ridícula abordagem maçante de cientistas pretensiosos. Economize seus 40 dólares que o livro custa e conclua: Há pouquíssima evidência de que a auto-estima seja a causa de nossos males sociais. (ênfase acrescentada.)

Mesmo tendo procurado uma conexão entre a baixa auto-estima e o comportamento problemático, eles não puderam encontrar uma relação de causa e efeito. (Contudo, estudos mais recentes indicam uma clara relação entre o comportamento violento e a alta auto-estima.) Apesar disso, a fé na auto-estima não morre, e as escolas continuam a trabalhar para elevar a auto-estima.

Pior do que a continuação nos ensinamentos da auto-estima no mundo é a confiança que cristãos professos continuam a depositar nos ensinamentos da autovalorização e do amor a si próprios. Assim, o movimento secular da auto-estima não é um ataque frontal contra a Bíblia com linhas de batalha claramente demarcadas. Ao invés disso, é habilidosamente subversivo, e realmente não é obra de carne e sangue, mas dos principados e potestades, dos dominadores deste mundo tenebroso, das forças espirituais do mal nas regiões celestes, como Paulo diz em Efésios 6.12. Lamentável é que muitos cristãos não estão alertas para os perigos. Muitos mais do que podemos enumerar estão sendo sutilmente enganados por um outro evangelho: o evangelho do ego.

O amor bíblico

Jesus convida os Seus para um relacionamento de amor com Ele e de um para com o outro. A alegria dos Seus deve ser encontrada nEle, não em si mesmos. O amor vem de Seu amor por eles. Assim o amor deles, de um para o outro, não vem do amor-próprio e da auto-estima, tampouco aumenta a auto-estima. A ênfase está na comunhão, na frutificação e na prontidão para ser rejeitado pelo mundo. A identificação do crente está em Jesus ao ponto de sofrer e segui-lO até a cruz. Somente através da semântica forçada, da lógica violentada e da exegese ultrajada alguém pode querer demonstrar que a auto-estima é bíblica ou mesmo parte da tradição ou do ensino da igreja.

O foco do amor na Bíblia é para cima e para fora ao invés de ser para dentro. O amor é tanto uma atitude como uma ação de uma pessoa para com a outra. Embora o amor possa incluir sentimentos e emoções, ele é essencialmente uma ação determinada pela vontade para a glória de Deus e para o bem dos outros. Assim, quando Jesus disse: "Amarás, pois o Senhor, teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força" (Mc 12.30), Ele quis explicar que todo o nosso ser deve estar comprometido para amar e, portanto, agradar a Deus. O amor a Deus é expresso com um coração agradecido e determinado a fazer o que agrada a Ele de acordo com o que está revelado na Bíblia. Não se trata de um tipo de obediência mecânica, mas de um desejo para conformar-se à Sua graciosa vontade e de concordar que Deus é a fonte e o padrão para tudo que é certo e bom.

A segunda ordem é uma extensão ou expressão da primeira: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mc 12.31). João acrescentou detalhes a respeito. Ele descreveu a seqüência do amor. Em contraste com os mestres do amor-próprio, que dizem que as pessoas não podem amar a Deus e aos outros até que amem a si mesmas, João diz que o amor começa em Deus e, então, se estende aos outros: "Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão" (1 Jo 4.19-21).

Deus nos amou primeiro, o que nos capacita a amá-lO, o que se expressa, então, em amar uns aos outros.

Desde o primeiro fôlego de Adão, os homens foram destinados a viver em relacionamento com Deus, e não como egos autônomos. A Bíblia inteira está apoiada nesse relacionamento, porque após responder ao fariseu, afirmando que o grande mandamento é amar a Deus e o segundo é amar ao próximo como a si mesmo, Jesus acrescentou: "Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas " (Mt 22.40). Jesus veio para nos livrar do ego e para restabelecer esse relacionamento de amor para o qual fomos criados. Durante séculos, foram escritos livros sobre amar a Deus e uns aos outros. Contudo, atualmente, cada vez mais, a igreja está sendo inundada por literatura ensinando-nos como amar-nos melhor, nos estimarmos mais, aceitar-nos como somos e desenvolvermos o nosso próprio valor. (Martin e Deidre Bobgan BDM 12/97 – extraído e/ou adaptado das edições 3-4 e 5-6/96 da PsychoHeresy Awareness Letter - http://www.chamada.com.br).

Notas:

  1. California Task Force to Promote Self-Esteem and Personal and Social Responsibility. "1987 Annual Report to the Governor and the Legislature", p.V.
  2. Andrew M. Mecca, "Chairman’s Report". Esteem, Vol.2, nº 1, fevereiro de 1988, p.1.
  3. Andrew M. Mecca, Neil J. Smelser e John Vasconcellos, eds. The Social Importance of Self-Esteem. Berkeley: University of California Press, 1989.

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, Fevereiro de 1999.

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