sexta-feira, 22 de julho de 2011

Roberto Cavalcanti: Parabéns a Luiz Carlos Prates!

Roberto Cavalcanti: Parabéns a Luiz Carlos Prates!: "O Jornal da Record veiculou hoje uma matéria insuflando o ódio contra o jornalista Luiz Carlos Prates, que comentava acerca do aumento do ..."
Parabéns a Luiz Carlos Prates!


O Jornal da Record veiculou hoje uma matéria insuflando o ódio contra o jornalista Luiz Carlos Prates, que comentava acerca do aumento do número de acidentes de automóveis nas estradas de Santa Catarina, em jornal da RBS. Segundo o jornalista, esses acidentes são conseqüência da popularização do automóvel, de uma desordenada escala de prioridades do pobre em suas escolhas de consumo, que logo quando obtém crédito não hesita em adquirir um automóvel, antes mesmo de comprar um livro ou uma habitação digna. As declarações, segundo a matéria da Record, estariam carregadas de preconceito social.

Abaixo, a íntegra dos comentários de Luiz Carlos Prates:



Em minha modesta opinião, as declarações do jornalista Luiz Carlos Prates primam não somente por uma perfeita coerência textual, mas por um discurso com total nexo de causalidade. Aqueles que conhecem os comentários deste blogueiro, sabem o que penso do mantra igualitário chamado "preconceito". Esta palavrinha-talismã funciona hoje como um recorrente clichê destinado a censurar ideologicamente um argumento nessa nossa sociedade socialista, pois sempre quando a esquerda não possui argumentos racionais para rebater outro argumento, procura insuflar internalizados complexos de inferioridade das multidões contra fatos que costumam ser demonstrados pela experiência e observação, sob a máscara de "preconceito". Em uma sociedade socialista, a igualdade é dogma, e violar esse dogma é heresia, sujeitando o cidadão à exclusão sumária de um status de respeitabilidade, como é o caso hoje de Luiz Carlos Prates, vítima de bullying jornalístico e comentários estúpidos jorrando ódio irracional, inclusive contra a sua pessoa.

Assim, se o discurso em questão é preconceituoso - e de fato é - caberia aos críticos demonstrar que se trata de um preconceito errado, ou seja, que não é aplicável conceitualmente. Este é o cerne da questão. Como não podem fazê-lo, manipulam semanticamente o termo "preconceito", que já por si é carregado de conotações negativas, para censurar o jornalista com a pecha de "preconceituoso", sem contudo formularem qualquer argumento racional no sentido de invalidar suas alegações. A palavra "preconceito" virou pretexto para se incitar a censura contra o direito de expressão, não obstante sua previsão constitucional, que não pode servir de escólio para contrapor fatos demonstráveis. Ou seja, o "preconceito" só deve ser condenável como errôneo quando realmente passa longe de ser demonstrado e possa ser utilizado como meio claro e intencional de se exteriorizar um determinado sentimento de aversão pessoal. Quando, porém, é utilizado de forma intelectualmente honesta, como parece ser o caso em questão, com comentários enriquecidos por psicologia social, jamais deveria ser passível de censura sumária. Porém, mesmo quando utilizado desonestamente, nem sempre carece de valorações morais destinadas a tipificar a conduta como ilícita ou criminosa.

Este blogueiro endossa as opiniões de Luiz Carlos Prates, que corajosamente desafia lugares-comuns politicamente corretos; mantras igualitários; marxismo cultural; aquele conhecido culto ao oprimido vertido em palavrinhas-talismãs como "preconceito", "discriminação" e "tolerância". Esta sociedade efeminada do culto ao tolerantismo já foi condenada por este blogueiro, pois depois do desarmamento, buscam cercear opiniões legítimas, desarmando os espíritos de reações contundentes às investidas mais absurdas do Estado Socialista. E tal meio de desarmar os espíritos é ambientando a sociedade ao culto ao tolerantismo; a estas palavrinhas-talismãs de cunho efeminado e adocicado. Enfim, trata-se de mera obra de engenharia social a fim de acomodar a massa à passividade.

Luiz Carlos Prates não disse nada mais que a verdade sobre o pobre de hoje, que antes de ter um livro - uma metonímia ao conhecimento - busca desenfreadamente os bens de consumo. Quem nunca viu um pobre portando um celular antes mesmo de se vestir decentemente? Nessa reportagem, lê-se que cerca de 40% dos mendigos de Washington possuem celular. Eis mais um defeito da sociedade capitalista, que não somente deseduca para o consumo de bens materiais, mas também deseduca o consumo de bens imateriais, invertendo a pirâmide de prioridades. Assim, em nossa sociedade capitalista, no que concerne ao aspecto puramente econômico, os bens de consumo estão em escala hierárquica superior ao conhecimento, pois o indivíduo passa a ter seu valor medido pela quantidade de bens que possui. O nobre, na Idade Média, era portador sobretudo de conhecimento - capital imaterial - e favorecido como tal. O favelado é o oposto ao nobre, pois é o tipo de pobre mais imoderado que não dá a mínima para aquela escala de valores. Como disse o jornalista Prates, o mercado do crédito fácil abriu-lhe a perspectiva de adquirir bens de consumo mais caros, sem ter, contudo, a menor condição de sustentar essas aquisições. Isso não me parece um preconceito. Isso pode ser demonstrável. Em meu artigo, Um Raio-X das Favelas, escrito em 2003, lia-se que: "“Hoje em dia, na Rocinha, que está cheia de carros, já é. Como favela não tem garagem, as pessoas param onde podem”. Assim sendo, o jornalista está coberto de razão, pois antes mesmo de possuírem uma moradia digna, esses pobres favelados já adquirem automóveis, facilitados pelo mercado de crédito estimulado por este governo socialista espúrio.

Parabéns a Luiz Carlos Prates!

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